domingo, 17 de abril de 2011

Mais um vírus na internet

“Meu primeiro dia de aula já foi estranho, achei que no colégio ia ter muitos amigos e ia passar horas brincando. Na primeira semana de aula eu ainda não tinha falado com ninguém e nem tinha sido convidado pra jogar bola. Depois percebi que não ia ser chamado mesmo. Numa manhã vi todos os meninos rindo de mim, me chamando de cabeção e diziam que eu não conseguia correr pelo peso da minha cabeça e a finura das minhas pernas. Ficava de longe acompanhando as jogadas e em casa eu chorava sozinho.” Essa fala foi dita por Carlos, personagem de uma novela, mas poderia ter sido a história real de uma criança. O bullying acontece através de atos de violência física ou psicológica, de forma intencional e repetida. Na maioria das vezes cometida por grupos para intimidar um indivíduo considerado pelo grupo incapaz de reagir.

No Brasil essa prática vem recebendo acompanhamento da mídia e ganhando maior espaço nas discussões recentemente. Só que agora o fenômeno chegou também a internet. Redes Socias, sites de partilhas de foto,  e-mails, telefones celulares e outros dispositivos estão sendo utilizados para ferir e constranger os “atacados”. Através deles são enviados textos, imagens, comentários, ridicularização em fóruns e uma longa lista de ataques que tem servido para desvirtuar a realidade pondo em causa a intimidade e a reputação de crianças e adolescentes. O Cyberbullying é tão prejudicial às vitimas quanto o bullying tradicional.


Raquel M. S. Pelotense de 18 anos foi vítima de cyberbullying.
No ano passado o ex-namorado que não aceitava o fim da relação mudou-lhe a senha de acesso ao orkut, modificou todo o perfil da página, fez montagens das fotos, colocou o número de telefone de casa, enviou mensagens difamatórias a todos os contactos do seu e-mail. Neste caso a menina conhecia o agressor, e ele confessou o crime, mas em sua maioria os ataques feitos através da intenet são mais difíceis de encontrar o responsável.
A psicóloga Sílvia João, que estuda a área dos media e a relação das crianças com a imagem, salienta. “O cyberbullying mexe com o sentimento de segurança e os níveis de ansiedade quando objetos pessoais, como o aparelho celular ou o computador, são utilizados para ameaçar ou intimidar. Esta sensação de não controle dos meios com que se lida diariamente pode ter sérias repercussões psicológicas e emocionais.” O perigo surge quando não se desabafa com os pais e educadores. Muitos adolescentes são conseguem pedir ajuda, são intimidados pela vergonha, pelo medo e se isolam do mundo. Por isso os pais, responsáveis, junto com os educadores devem ter muita atenção e estar ao lado acompanhando a criança ou adolescente em todos seus processos e crescimento para que ao acontecer qualquer ameaça, qualquer medo esse pai ou educador seja visto como apoio.
No Brasil a revista Tee criou uma campanha Diga não ao CyberBullyng, que tem como público, jovens que sofrem desse tipo de abuso. Com o apoio de artistas, eles organizam eventos e mantém um site que tenta conscientizar a população, orientar pais e ajudar os adolescentes que já sofrem com esse "fenomeno mascarado".
Confira a Campanha.

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